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Quais são os negócios que não estão sendo afetados pela crise provocada pelo coronavírus?

Os negócios da informação!

Enquanto há milhões de empresários sem saber o que fazer e entrando em desespero com cada adiamento do fim da quarentena, as empresas que comercializam informação estão (como dizem popularmente) “nadando de braçada”, distribuindo informação em texto, imagem ou vídeo.

Definitivamente, isso nos mostra que vivemos na era da informação.

Durante a quarentena devido ao coronavírus, alguns negócios nunca tiveram tanta receita. Empresas de softwares de videochamada, streaming, games, notícias e muitos outros certamente estão experimentando um grande aumento de usuários.

O fato é que os negócios da informação são imunes a coronavírus e, contrariando o mercado, tornaram-se mais fortes com o vírus.

Não podemos incluir nesse grupo as empresas que simplesmente usam a Internet para entregar produtos e serviços. Eu estou falando exclusivamente de empresas cujo produto é a informação.

Empresas de e-commerce também estão “bombando”, é verdade. Porém, há uma limitação física para atender e crescer com tanta velocidade como as empresas cujo produto é digital.

Curiosamente, fui procurar quem foi a primeira pessoa que citou esse termo “era da informação”, e a publicação mais antiga que encontrei foi “Public Policy Aspects for an Information Age” (Políticas públicas para uma era da informação), de janeiro de 1977. O documento completo pode ser lido aqui.

Esse documento foi escrito por Willis Howard Ware, que, como ele mesmo disse no documento, teve o privilégio de participar do grupo de John von Neumann no Instituto para Estudos Avançados na Universidade de Princeton. Talvez a leitura desse parágrafo não tenha a menor importância para você, mas John von Neumann foi quem projetou a arquitetura dos computadores usados até hoje, inclusive o seu. Willis Howard Ware trabalhou com “o cara do computador”.

Nesse documento, o assunto era a privacidade das pessoas na era da informação. Não é à toa que Willis Howard Ware é um dos pioneiros da segurança da informação.

Talvez você esteja se perguntando: o que isso tem a ver com o nosso momento de crise?

Observe: é um documento de 1977 falando sobre a Era da Informação, e veja qual era um dos objetivos do autor em sua pesquisa: “(…) We are currently in the phase of trying to understand what our data base is telling us (…)”. (Nós estamos atualmente na fase de tentar entender o que nosso banco de dados está nos dizendo).

[cara de espanto] Não é exatamente o que nós estamos fazendo hoje com Big Data, Processamento de Linguagem Natural, Inteligência Artificial, Machine Learning, Ciência de Dados, e todos os outros termos modernos que vemos por aí? Que loucura! 43 anos depois.

Em 1977, os EUA tinham cerca de 200 milhões de habitantes, como o autor mesmo afirma no documento. Hoje, são 330 milhões, aproximadamente. Os norte-americanos experimentavam uma profunda transformação na sociedade devido à mobilidade decorrente dos modernos meios de transporte.

Leia o que o autor disse:

“Understanding what transportation has done to us as a society and a country, we ought not be surprised that a technology like that of the computer , with its enormous growth relative to anything else, has had and will continue to have profound effects on society and its institutions.” (Entendendo o que o transporte nos fez como sociedade e país, não devemos nos surpreender que uma tecnologia como a do computador, com seu enorme crescimento em relação a qualquer outra coisa, tenha tido e continuará a ter efeitos profundos na sociedade e em suas instituições.)

Parece que estamos há bastante tempo nessa tal “era da informação”. Feliz está quem descobriu isso antes do coronavírus.

A Era da Informação é o tempo em que a informação é valiosa, isso não é novidade. Mas, neste tempo de quarentena, estamos aprendendo que a informação também não perde valor na sua Era. Tudo está perdendo valor, mas a informação continua valiosa e desejada.

O autor do livro “Free: o futuro dos preços”, Chris Anderson, afirma em seu livro que, no ano 2000, das 100 empresas mais ricas do mundo, as 100 empresas tiravam alguma coisa da terra ou trabalhavam com algo material. Em 2015, das 100 empresas mais ricas, apenas 32 empresas trabalham com esse tipo de atividade, as outras 68 eram digitais. A lista atualizada das 100 empresas mais ricas em 2019 você encontra aqui.

Portanto, se você é empresário(a) ou trabalha em uma empresa não-digital, o caminho para reinventar seus negócios é tentar entender o que o seu banco de dados está dizendo, parafraseando o autor daquele documento, e buscar cada vez mais informação e conhecimento. Experimente “gastar” seu tempo aprendendendo e não apenas trabalhando.